Preciso mesmo passar fio dental todo dia? 8 respostas sobre sua saúde bucal

Preciso mesmo passar fio dental todo dia? 8 respostas sobre sua saúde bucal


Depois que uma revisão de estudos publicada no jornal Cochrane questionou se o fio dental realmente ajuda na higiene bucal, surgiu à dúvida: será que ele não funciona mesmo ou não estamos usando corretamente? A revisão de 12 estudos publicada pela The Cochrane Database of Systematic Reviews, em 2011, encontrou apenas evidência “pouco confiável” de que o uso de fio dental pode reduzir formação de placa após um e três meses. Os pesquisadores não conseguiram encontrar nenhum estudo sobre a eficácia do uso do fio dental somado à escovação na prevenção de cáries.

Em uma declaração, a Academia Americana de Periodontologia reconheceu que a maioria das evidências atuais deixa a desejar, porque os pesquisadores não conseguiram incluir participantes suficientes ou “examinar a saúde das gengivas por um período significativo de tempo”. Contudo, os dentistas mantêm a indicação do fio dental que, dizem, pode ser eficiente se bem usado.

1 – Por que usar? Defensores do fio dental argumentam que embora a escova dental remova a placa bacteriana da superfície do dente, ela não consegue remover toda placa. Assim, a limpeza dos dentes todos os dias com o fio dental acaba removendo o restante de placa que a gente não consegue alcançar.

2 – Antes ou depois da escovação? A sequência na verdade não faz diferença, desde que se faça corretamente, diz Levy Anderson, diretor do Departamento de Odontologia da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).

3 – Qual a forma correta de usar? A ideia é que o fio dental retire tanto restos de comida que possam ter ficado presos nos dentes quanto deslize retirando a placa bacteriana das paredes do dente, que estão fora do alcance da escova.

Usando de 15 cm a 25 cm de fio dental, a orientação é usar em forma de “C”: colocar o fio entre os dentes, mover o fio dental para frente num movimento de empurrar e puxar como se abraçasse o dente.

O fio deve ser levado até a região subgengival, ou seja, sobe até o limite do dente com a gengiva (com delicadeza!). Entra passando por uma parede do dente e sai passando pela outra.

 

4 – Quantas vezes por dia? O ideal é que seja feito depois de todas as refeições em conjunto com a escovação. “O mínimo é uma utilização diária”, diz Marcelo Januzzi, da Associação Brasileira de Odontologia. Anderson lembra que, devido à pressa do dia a dia, muitas pessoas não passam o fio dental em todas as refeições e alerta para a importância da higiene noturna. “Se não for feita de forma adequada, todos resíduos de alimentos ficam parados na boca sofrendo um processo de fermentação, o que leva à formação de ácido e ao início do processo de lesão”.

5 – Quais são os erros mais comuns? Deixar de limpar as “paredes” dos dentes e remover o fio puxando de volta pelo espaço entre os dentes, explica Januzzi.

 

 

 

 

 

6 – Sair sangue da gengiva indica doença?

Entre os motivos mais comuns para que saia sangue quando se passa o fio dental estão: realizar a limpeza com muita força ou que a gengiva está começando a ficar inflamada “Passando vai ajudar a tirar as bactérias e reduzir o sangramento ao longo do tempo”, diz Anderson. Se não melhorar, o ideal é procurar com um dentista.

7 – Posso substituir o fio dental por haste dental? Para Januzzi, o mais recomendado é o fio dental clássico, pois ele pode ser removido pelo espaço entre os dentes, além de ser mais barato. Para Anderson, não há diferença além do preço.

Outra opção é a fita dental. “Quando o paciente tem dentes muito próximos, pode ser que o fio dental seja muito espesso para ser usado, então recomenda-se a fita dental, que é mais fina e higieniza o tanto quanto o fio dental”, diz Anderson.

8 – Que doenças se pode contrair por não usar fio dental? Se a placa bacteriana não é retirada do dente, pode desenvolver primeiramente cárie e gengivite, inflamação da gengiva. O quadro pode evoluir para doença periodontal, uma inflamação do tecido que sustenta os dentes. Quando chega em caso muito avançado, ocorre perda óssea, os dentes moles e acabam caindo.

“Hoje se sabe que o paciente que tem doença periodontal se não cuida pode potencializar casos de diabetes, problemas cardiovasculares”, diz Anderson.

Fonte: uol.com.br

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